"Ontem de olhos postos num monitor que mostrava um coração que insistia em não bater num ritmo sinusal lembrei-me disso. É o compasso de espera. A infinita e repetida descoberta de que somos incompetentes até para gerir o bater do nosso coração. Podemos dizer ao nosso coração para não bater assim, podemos permitir que o encharquem em drogas para ele ter um ritmo apropriado, que se ele não estiver para aí virado…não há nada, que alguém possa fazer.
Roubaste-me o coração. Sim. Tenho a certeza que algures entre os teus AVC’s, as tuas escleroses, as tuas outras maleitas que não me despertam particular interesse está o meu coração partido. Cheio de disparos ectópicos, repleto de profunda incompetência para se suster a si mesmo.
Sabes, é muito desagradável continuar a sonhar contigo, a pensar em ti de vez em quando, a sentir este nó profundo quando confrontada com as coisas que te trazem a mim.
Disse-te com toda a minha arrogância adeus. Disse-o, arrisco-me a dizer que, à luz do que sei hoje, voltaria a dizer.
Que faria eu com um homem como tu?
Amor, todas as noites…
Pouco mais que isso."
(Sahaisis in 'Keeping it simple is complicated')
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